Uma das línguas mais difundidas no mundo, com mais de 265 milhões de falantes espalhados por todos os continentes. Celebramos este dia, divulgando alguns dos trabalhos realizados pelos nossos alunos. Parabéns a todos.
E porque temos um grande motivo para assobiar à vontade, hoje, em que celebramos o “Dia da Língua Portuguesa” selecionámos o escritor Mário Dionísio.
Àquela hora o trânsito complicava-se. As lojas, os escritórios, algumas oficinas, atiravam para a rua centenas de pessoas. E as ruas, as praças, as paragens dos eléctricos, que tinham sido planeadas quando não havia nas lojas, nos escritórios e nas oficinas tanta gente, ficavam repletas dum momento para o outro. Nos largos passeios das grandes praças havia encontrões. As pessoas de aprumo tinham de fechar os olhos àquele desacato e não viam remédio senão receber e dar encontrões também e praguejar algumas vezes1.
Àquela hora o trânsito complicava-se. O reinício das aulas presenciais atirava para fora de casa centenas de alunos que, através de vários transportes públicos ou pessoais, se dirigiam para as escolas.
As ruas apinhavam-se de gente: pais aliviados por ter onde deixar os filhos seguros; professores felizes por verem os alunos de novo e os poderem reencontrar presencialmente, funcionários entusiasmados por voltarem a desempenhar o seu trabalho habitual com os alunos e professores, alunos com sentimentos díspares, ou porque desejavam ansiosamente voltar a ver os seus amigos e, portanto, regressar à escola, outros, infelizmente, para eles, por terem de sair do conforto das suas casas, sem precisarem de se levantar tão cedo e onde podiam estar à vontade com aqueles “trajes” que se chamam pijamas…
Nesse tempo, em que a maior das guerras era a existência de um vírus mortal que afetava toda a população mundial, e, por mais perigoso que fosse, era invisível a olho nu, vi-me a pensar em como era bom o tempo em que podíamos ser livres, sem utilizar máscaras e passear sem restrições.
Foi então que me lembrei dos abraços que podia dar e receber, na casa dos meus avós, da importância das aulas e de uma língua para podermos comunicar, do Fado de cada um, da nossa Pátria, do passado, do presente do futuro e dos sonhos que ainda desejo cumprir…
Texto Coletivo, 8ºA
“Hoje celebramos o dia da Língua Portuguesa…”
oi desta maneira que a professora de Português deu conhecimento aos alunos que era um dia muito especial e que, por isso, não podia passar despercebido. Foram projetados, no quadro, vídeos com música portuguesa, nomeadamente, Fado Bossa.
Recuamos no tempo, falamos do ícone nacional tão conhecido mundialmente, que é a nossa Amália Rodrigues, e da saudade, característica tão própria do povo português.
Assinalamos a data, refletindo sobre a importância da língua portuguesa no mundo e na sala 44, onde todos interagimos tantas vezes, pudemos discutir o tanto que ainda há para fazer relativamente às questões de género, no âmbito do estudo da obra: “ Vanessa vai à luta” de Luísa da Costa Gomes.
Deste modo, se por um lado, nos podemos sentir, em parte, orgulhosos do que fomos e do que somos, por outro lado, descobrimos que ainda há muito para fazer em questões de igualdade de género e, de uma forma mais genérica em questões de RESPEITO pela pessoa humana, na sua integridade física e moral.
Relembramos outros autores da língua portuguesa lecionados nas aulas, nomeadamente em Sá de Miranda, Luís de Camões, Almeida Garret, Antero de Quental, António Nobre, Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner, António Torrado, Mário Dionísio, Ilse Losa, Mia Couto, José Saramago, Eugénio de Andrade, Manuel Alegre, entre outos que muito contribuíram para fomentar em nós o espírito crítico e a capacidade crescente de podermos pensar e refletir sobre o mundo que nos cerca e no qual devemos promover a responsabilidade de o melhorar, mudando os nossos comportamentos e ações em prol de uma sociedade mais justa e comprometida.
Texto coletivo, 8ºB, em 05-05-21
E porque temos um grande motivo
para “assobiar à vontade”, hoje, em que celebramos o “Dia da Língua Portuguesa”
selecionámos o escritor Mário Dionísio.
Àquela hora o
trânsito complicava-se. As lojas, os escritórios, algumas oficinas, atiravam
para a rua centenas de pessoas. E as ruas, as praças, as paragens dos
eléctricos, que tinham sido planeadas quando não havia nas lojas, nos
escritórios e nas oficinas tanta gente, ficavam repletas dum momento para o
outro. Nos largos passeios das grandes praças havia encontrões. As pessoas de
aprumo tinham de fechar os olhos àquele desacato e não viam remédio senão
receber e dar encontrões também e praguejar algumas vezes[1].
Àquela
hora o calor instalava-se. Os grupos de jovens e alguns adultos, acompanhados
das suas crianças, chegavam ao extenso areal dourado. Na estação perto da
praia, no parque de estacionamento, em cada centímetro um mar de gente com os
seus óculos e toalhas coloridas. Ao longo do caminho o sol queimava-lhe a pele.
Ouvia-se uma melodia que não era desconhecida, era um doce delírio para os seus
ouvidos. Até que choca com um homem alto, de cabelos tão dourados como o sol,
um sorriso envergonhado e um olhar castanho que a retirou de tal transe.
A dada altura caiu em si, a bela moça,
que chocara há poucos segundos com o loiro, havia encarado o seu olhar
fixamente até soltarem em simultâneo um “Desculpe”.
O loiro soltou novamente um sorriso e
ambos seguiram o seu caminho.
Foi então que, a dada altura, a menina
gelou. Não era da água fria que a sua pele encontrara, mas sim do que se apercebera.
“Salvador” era esse o nome que sobrevoava agora na sua mente rodeado, de
repente, de todas as lembranças dos dois.
Era um dia de verão tao belo quanto
aquele, tocava uma bela melodia quando uma jovem morena conhece ao acaso um
rapaz loiro. Também fora naquela praia que as mais belas juras de amor foram
declamadas entre os apaixonados. Salvador encontrava-se a pensar em tudo o que,
outrora, fora vivido pelos dois.
Cada
vez mais distante, a melodia acaba por se perder no vento. E mais uma vez, a
morena é retirada da sua tempestade de memórias, desta vez não por um olhar,
mas pelo toque de Salvador. Sentia se a saudade naquele abraço.
O sol deitava-se coberto pelo mar.
Para os dois apaixonados era como se tudo ganhasse mais brilho e cor. Encararam-no,
então, juntos, no fim de uma bela tarde de maio, dia em que se celebrava um
entendimento tácito, porque ambos falavam a mesma língua.
Catarina Martins, 8ºC
[1]
Excerto do conto “ASSOBIANDO À VONTADE, de Mário Dionísio, inserido
na obra: O Dia Cinzento e outros Contos.
.
A velha e os lobos
Personagens- Velha, dois lobos,
um homem.
Ato
I
(Em
casa da velha)
Velha – (falando sozinha) –
Ai, eu cá tenho um objetivo, melhor, um grande desejo: ter os meus netinhos
todos batizados. Mas há um que ainda está por batizar, isto não me sai da
cabeça… Mas, primeiro, tenho de escolher um padrinho para o meu neto. Vou sair
e ver se encontro alguém. Isto não passa de hoje!
Ato
II
(A
caminho da vila)
Velha – (falando sozinha) –
Ai, Jesus! Valha-me Deus! Estou a ver, lá ao fundo, um lobo.
Lobo 1 – Olá velha, o que
fazes aqui? Olha que eu como-te!
Velha – Eu ando à procura de
um padrinho para o meu netinho. Não me comas, que, quando eu o batizar, dou-te
arroz doce.
Lobo 1 – Prometes? Se for
assim, vemo-nos no batizado do seu neto.
Velha – Está prometido. (A
velha continua o seu caminho e avista outro lobo)
Velha – (falando sozinha)
- Outro lobo! E agora? O que hei de fazer?
Lobo 2 – Ó velha, estou
esfomeado…Vou comer-te.
Velha – (implorando)
– Não me comas, por favor. Vou batizar o meu netinho. Se me poupares, no
batizado, dou-te arroz doce.
Lobo 2 – Deixo-te ir, mas no
batizado vou lá estar, para comer o seu arroz doce.
(Mais aliviada, a velha
continua o seu caminho e encontra um homem.)
Homem – Então, velhinha, o
que fazes por esta zona?
Velha – Ando à procura de um
padrinho para o meu neto.
Homem – Quer que eu seja o
padrinho do seu querido neto?
Velha – Sim, sim que bela
ideia! Mas tenho um grande problema… Quando vinha para aqui, encontrei dois
lobos que me queriam comer. E agora, não sei como hei de ir embora, sem que
eles me vejam.
Homem – Olhe, vou dar-lhe
esta cabaça para se proteger dos lobos. Feche-se dentro dela, para estes não a
verem.
Velha – (Já dentro da
cabaça) – Obrigada. Vou correr, correr, correr, para os lobos não me verem.
Obrigada e venha ao bati ti ti zaaaaaaaaaaaaado… (rolando pelo caminho).
Velha - (falando sozinha)
– Ai, outra vez o lobo. Vou fechar-me, tal como o padrinho disse.
Lobo - (dirigindo-se à
cabaça) – Ó cabaça, viste por aí uma velha?
Velha – (falando de
dentro da cabaça) – Não vi velha nem velhinha, não vi velha, nem velhão,
corre, corre cabacinha, corre, corre cabação.
(E
continua a rolar pelo caminho, até encontrar o outro lobo).
Lobo 2 – Ó cabaça, viste por
aí uma velha?
- Velha – (falando e
dentro da cabaça) – Não vi velha nem velhinha, não vi velha, nem velhão,
corre, corre cabacinha, corre, corre cabação.
Velha – (falando sozinha)
- Ufa! Acho que já os despistei, vou dar uma espreitadela…
( A
velha sai da cabaça, os lobos que estavam à espreita, correm para junto da
velha)
Lobo 1 e Lobo 2 (Em coro)
– E agora, velhinha? Vais ser o nosso almoço e o teu netinho a sobremesa.
Velha (Aflita e a gritar) –
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAiiiiiiiiiiiiiiiiiiii….
(Os
lobos atacam a velha)
Cai o pano.
Trabalho
realizado por Afonso Ramos nº 1 e Rafael Bateira nº 20 Turma 8º E
O sapateiro pobre
Personagens:
Mulher,
Sapateiro, Crianças (os filhos), Vizinho ricaço
Ato
I
(À porta de casa do
sapateiro)
(O sapateiro está à
porta de casa, trabalha e canta. Os filhos brincam na rua, andam rotos devido à
pobreza em que vivem)
Ato II
(Dentro de casa, a
mulher faz a ceia e o sapateiro toca viola. Batem à porta).
Ricaço – Boa noite,
senhor, trouxe este saco de dinheiro, para vos ajudar.
Sapateiro (espantado,
mas feliz) - Oh! Obrigado, muito obrigado.
(Pega no saco e vai
ter com a mulher)
Sapateiro – Mulher, o
nosso vizinho ricaço, deu-nos este saco de dinheiro.
Mulher – Ah?! A
sério? Que alegria! Vamos contá-lo.
Crianças – Oh, pai,
hoje não tocas viola?
Sapateiro – Não!
Estejam calados, não façam barulho.
(As crianças brincam
e fazem barulho pela casa).
Sapateiro – Mulher,
enganei-me a contar. Cala-me essas crianças.
Mulher – Meninos,
estejam sossegados.
(As crianças
continuam a brincar e o sapateiro bate-lhes.)
Crianças – Ai, pai,
não batas mais. (choram muito)
(A mulher desata a
berrar e as crianças continuam a chorar.)
Mulher – E agora, o
que havemos nós de fazer a tanto dinheiro?
Sapateiro –
Enterra-se.
Mulher – Perdemos-lhe
o tino. É melhor metê-lo na arca.
Sapateiro – Mas podem
roubá-lo! O melhor é pô-lo a render.
Mulher – Ora, isso é
ser onzeneiro.
Sapateiro – Então
levantam-se as casas e fazem-se de sobrado e, depois, arranjo a oficina toda
pintadinha.
Mulher – Isso não tem
nada com a obra! O melhor era comprarmos uns campinhos. Eu sou filha de
lavrador e puxa-me o corpo para o campo.
Sapateiro – Nessa não
caio eu!
Mulher – Pois, o que
me faz conta é ter terra, tudo o mais é vento.
Sapateiro – Estás
doida mulher! Vê se te calas. (Dá-lhe duas bofetadas)
Mulher – Estás doido,
homem?!
Sapateiro – Sabes que
mais, o dinheiro tirou-nos a nossa antiga alegria! O melhor era ir levá-lo,
outra vez, ao vizinho dali defronte, e que nos deixe cá com aquela pobreza que
nos fazia amigos um do outro.
Ato III
(À porta do vizinho)
(O sapateiro vai entregar o
dinheiro ao vizinho e senta-se à porta de casa a tocar viola. A mulher e os
filhos dançam).
(Cai
o pano.)
Trabalho
realizado por Bohdan Sydrahunskyi nº 2 e Carolina Prior nº3 , Turma 8º E
Turner –
VAPOR NUMA TEMPESTADE DE NEVE, 1842
Em Turner, a natureza reflete e
expressa sempre as emoções do homem. Sentimo-nos pequenos e esmagados em face
dos poderes que não podemos controlar, e somos compelidos a admirar o artista
que tinha as forças da natureza sob seu domínio. (E.H. Gombrich)
A composição Vapor numa Tempestade é tida como uma das mais
ousadas pinturas de Turner, onde ele apresenta um vapor em meio a uma violenta
tempestade de neve, representando a luta do homem diante das forças da
natureza, bem superiores às dele.
É impossível ter uma ideia de como
é o vapor de Turner. Só o que podemos captar dele é que possui um casco escuro
e traz uma bandeira, agitando-se no elevado mastro. Temos a sensação de que ele
luta desesperadamente, para não soçobrar ante as forças gigantescas da natureza,
numa luta desigual, contra um mar enraivecido e uma borrasca sinistra.
O observador não é seduzido por detalhes, ou tragado por uma luz ofuscante e pelas densas sombras da nuvem da tempestade. Sua atenção está direta na batalha que se trava. É quase possível sentir o barulho do vento e a trombada das ondas sobre a embarcação.
Bruno Esteves, 9º C, nº 4
Atividade desenvolvida
pela turma F do 9.º ano:
Reescrita da história
de amor de Adamastor, com um final diferente.
“Todas as Deusas desprezei do Céu,/ Só por amar das águas a Princesa” (estância 52)
Dizia Adamastor que um dia, ao pôr do sol, vira Tétis na praia de
areia fina sair das águas calmas e cristalinas, na companhia das filhas de
Nereu, e logo se apaixonara pela Deusa. Tétis era bela e elegante, tinha longos
e loiros cabelos encaracolados, apresentava o corpo marmóreo coberto de algas e
os seus olhos refletiam o oceano.
Receoso de não ser correspondido, o gigante foi falar com Dóris, mãe
de Tétis, e comunicou-lhe que estava determinado a tomá-la pela força das
armas.
Temendo a determinação do Adamastor, Dóris respondeu: - Não será com a
guerra conquistado o coração de uma ninfa.
– E com receio de que Adamastor provocasse uma guerra no mar, Dóris
comunicou a intenção do gigante a Tétis, que aceitou encontrá-lo, para evitar o
pior.
Na mesma praia, onde avistara Tétis,
na noite combinada, Adamastor compareceu. Tétis receosa surgiu detrás de um rochedo.
Também o gigante estava temeroso da sua reação e, pela “grandeza feia do seu
gesto”, manteve-se na penumbra de uma escarpa.
Percebendo o recato do Adamastor, e seguindo o som da sua respiração,
Tétis gélida e intrigada aproximou-se, conseguindo ver, apenas, a sombra do
forte e musculado gigante de barba e cabelos longos e secos.
Com voz forte e trémula, Adamastor agradeceu a Tétis ter comparecido,
confessando os seus sentimentos por ela.
Porém, a filha de Nereu, sem hesitação, respondeu que o seu amor não era
correspondido e desapareceu na espuma das ondas.
Adamastor correu furioso pelo
areal e tal como prometera declarou guerra aos deuses. Dóris estava
aterrorizada e, tentando colocar fim ao
conflito, convenceu Tétis e Adamastor a marcarem um novo encontro.
Enquanto a guerra decorria, os encontros sucediam-se na tentativa de
resolver a contenda. Aconteciam na mesma praia, sempre à noite, a pedido do
gigante. Após várias semanas de diálogo, Tétis estava afeiçoada a Adamastor,
expressando-lhe o seu amor, e este pôs fim à guerra com os deuses.
Dóris, sendo uma mãe austera e rigorosa, descobrindo o afeto sentido
pela filha, tentou colocar fim àqueles encontros, pois tinha de pôr fim ao
sentimento que cegava a ninfa. Não conseguindo, porém, o seu intento, Dóris com
o apoio de Júpiter declarou guerra aos gigantes, com o objetivo de matar
Adamastor.
Após semanas de luta contra os deuses, Adamastor sentia que o amor de
Tétis crescia à medida de um gigante, mas, na sétima semana do conflito, os
gigantes acusavam cansaço e, temendo pela sua segurança, os dois amantes
subiram a custo as íngremes montanhas, longe da praia.
Dóris, percebendo que a filha fugira e com receio de a perder para
sempre, acabou com o conflito e aceitou que há amor “que sustente o dum
gigante”.
Texto narrativo
A união faz a força
Era uma vez um menino franzino que fazia um percurso da casa para a escola e da escola para casa sozinho. Não existia outro caminho senão este.
Este era o primeiro ano, em que ele tinha de ir sozinho. Logo na primeira manhã, a caminho da escola, ao passar por uma rua estreita e sombria, deu de caras com um matulão, com cara de poucos amigos.
Esse rapaz exigiu todo o dinheiro que ele tinha. Ora, como o rapazinho não tinha dinheiro nenhum, o grandalhão deu-lhe um murro e deixou-o ir com o seguinte aviso: - Para passar nesta rua, é preciso pagar!
O menino, de lágrimas nos olhos, fez o restante caminho até à escola a correr.
No final do dia, com esperança de não o encontrar, apressou-se no caminho, mas para grande desgraça dele, o rapagão estava lá à sua espera.
Apesar de ter sido novamente vítima de violência, decidiu guardar segredo acreditando que ele conseguiria resolver o problema sozinho.
Após duas semanas, o conflito manteve-se e, por isso, todos os dias ele era vítima de violência, duas vezes por dia.
Num dia, ao chegar à escola, já não conseguia conter as lágrimas. Os seus colegas preocupados com ele, perguntaram o que se passava. Finalmente, decidiu contar-lhes o que estava a acontecer.
Os amiguinhos decidiram que a turma toda o iria acompanhar a casa, todos os dias.
A partir desse dia, nunca mais ninguém o maltratou, porque agora era mais forte, não estava sozinho.
Mafalda Abreu, nº 18, 7ºC
Texto narrativo
Tema: A união
faz a força
OS ESQUILOS
Era uma vez, uma família de
esquilos que vivia na floresta de Gringrots, no Reino Unido. Habitavam numa
grande árvore, junto ao rio, um local acolhedor e propício a uma vida cheia de
regalias. Os animais da redondeza diziam que era a casa dos quatro, pois os
pais esquilos tinham dois filhotes.
Certo dia de inverno, os pequenos
traquinas começaram a discutir sobre quem tinha coragem de ir ao velho carvalho
apanhar as últimas bolotas:
- Eu sou o mais velho e corajoso,
ninguém me bateria!-exclamou Pompeu, o mais crescido.
- Não, eu sou pequeno e ágil!
Ganharia uma corrida até ao carvalho. – afirmou Tomé, o mais bebé.
A mãe esquilo, ao ouvir tal
disparate, pôs termo à conversa, mas os irmãos levaram a aposta a peito e
continuaram zangados.
- Estou farto de ti! Odeio ter
irmãos!- disse Tomé ao mesmo tempo que saiu de casa.
A noite começava a cair e Pompeu
deu pela falta do seu irmão. Aflito, foi ao seu alcance e salvou-o de uma
perigosa raposa, que vagueava por ali. Fez ainda mais, ajudou-o a trazer
bolotas para que os pais não desconfiassem da sua fuga.
No regresso, já reconciliados,
ouviram um elogio dos pais:
- Muito bem, gostamos de vos ver
assim felizes e unidos, pois a união faz a força!
Lara Ferreira, nº 14,
7ºB
Texto narrativo
Tema: A união faz a força
Uma amizade invulgar
Numa antiga aldeia, vivia uma
bonita rapariga. Ela tinha loiros cabelos compridos e uns olhos cor de mar. A
menina chamava-se Francisca e tinha um gato cor de mel chamado Boris.
Às vezes, a Francisca tinha uma
sensação de que o Boris a entendia. Quando estava com ele, a menina sentia-se
protegida, mesmo ele sendo um gato.
Um dia a Francisca estava no
campo a colher legumes para o almoço e ouviu um estranho grunhido vindo de um
bosque que existia perto da aldeia dela.
A menina ficou preocupada e decidiu ir averiguar.
Mal chegou ao bosque, viu que o
que lá estava era um enorme cão raivoso. O cão começou a correr na direção dela
e a Francisca, desesperada, tentou voltar para casa o mais rápido possível.
Subitamente, ela ouviu um estrondo e quando se virou o cão estava caído no chão
como se algo o tivesse atacado, mas ela olhou para um lado, depois para o outro
e não viu nada nem ninguém.
A Francisca voltou para casa onde
encontrou o Boris que a encarava fixamente. A rapariga estava prestes a entrar
no quarto quando ouviu:
- Já estás segura, Francisca.
Ela assustou-se, pois estava
sozinha em casa e quando olhou para Boris ouviu de novo.
- Aquele cão não voltará,
prometo.
Era o Bóris que estava a falar!
- B…B…Bóris? – gaguejou ela.
-Como estás tu a falar comigo?!
- Sempre que estiveste em perigo
quem te protegia era eu, Francisca. Sempre estive e sempre estarei ao teu lado,
a proteger-te. – respondeu Boris.
A Francisca entendeu que nunca
esteve sozinha, sempre esteve protegida, que o seu maior companheiro era o
Bóris. Eles protegiam-se um ao outro. Juntos eram mais fortes, mais poderosos,
mais confiantes!
Aquela amizade, aquele
companheirismo ainda hoje existe!
A Francisca e o Boris, embora de
“espécies” diferentes, completavam-se um ao outro. Serão amigos para toda a
eternidade.
Rita Oliveira, nº 25,
7ºA
Por terras nunca dantes percorridas
Então Pêro Dias começou a falar por gestos.
Fez o gesto de beber e o negro apontou-lhe a floresta. Fez o gesto de comer e o
negro apontou-lhe a floresta. Com um gesto de convite o marinheiro apontou o
seu batel[1].
O negro, ao ver Pêro
Dias a apontar para o batel, fez uma cara de admiração, como se fosse algo
extraordinário. Pêro Dias não se admirou com esta expressão, pois sabia que era
a primeira vez que este negro via um barco. Este, ao perceber que estava a ser
convidado para ir para o barco, deu um grito, que parecia um chamamento.
- Alululululuulululullululululululululuulul!
Logo de
seguida, todos os outros que se tinham escondido na floresta vieram ao seu
encontro. Ele, o negro que tinha a lança na mão, com quem Pêro Dias tinha comunicado,
disse-lhes numa língua estranha:
- Arrrarraaaaa jujujuhsgs! - e dito isto apontou para Pêro
Dias, que, por sua vez, fez uma cara de desconfiado.
- Eu querer levar-vos para meu barco. Vocês entenderem? - perguntou-lhes
o navegador, pensando que iriam entender.
-Uhhhhhhhhhhhh! - gritaram os indígenas, com uma cara de
admiração.
Estes aceitaram o pedido
do marinheiro português, seguiram-no e foram para o barco. O mar estava calmo,
no céu azul passeavam pequenas nuvens que pareciam pedacinhos de algodão doce.
O vento soprava um perfume de maresia.
Mas o destino daqueles pobres nativos não
era um grande destino, apenas estavam condenados a servir de escravos na grande
Lisboa.
Texto elaborado coletivamente
pelo 7ºE
[1]
Excerto de O Cavaleiro da Dinamarca,
de Sophia de Mello Breyner Andresen, s/l, Figueirinhas, s/d, pp.41-44.
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