O amor de D. Pedro e D. Inês
O sol, brilhante e
convidativo, raiava tal pérola no céu. Entrava pelas grandes janelas do quarto
do príncipe herdeiro, D. Pedro. Este acordou, neste dia, com uma saudade
especial da sua amada. Não da mulher, D. Constança, que já carregava um pequeno
príncipe na barriga, mas da sua aia, a bela e formosa D. Inês.
A atração entre os
dois era impossível de negar. No entanto, a sua relação mantinha-se secreta.
Como poderia D. Pedro, futuro rei, enamorar-se de uma aia, ainda para mais
castelhana?! A verdade é que D. Pedro caíra nos feitiços de Inês que, inocente
e pura, crente no verdadeiro amor, ainda acreditava na possibilidade de poder
vir a estar com o amor da sua vida.
Do outro lado do
castelo, Inês acordava com o sol, logo de manhã cedo, para preparar o banho de
D. Constança.
D. Pedro, fingindo-se marido dedicado, dirigiu-se aos aposentos da mulher, que ainda dormia, para ver a sua flor secreta:
D. Pedro, fingindo-se marido dedicado, dirigiu-se aos aposentos da mulher, que ainda dormia, para ver a sua flor secreta:
- D. Pedro! – exclamou Inês num murmúrio – O que fazes aqui? D.
Constança pode acordar a qualquer momento! - Não te preocupes, minha rosa. Só
tu sabes que não estou aqui para a ver.
Envolveram-se nos braços um do outro, num beijo apaixonado.
- Inês? - chamou a esposa – Estás aí?
Sobressaltada, Inês dirigiu-se ao quarto de cama de Constança,
desculpando-se ao seu amado:
- Bom dia, minha senhora – apressou-se a abrir as cortinas – D.
Pedro, seu marido, está aqui para a ver.
- Bom dia, querida! Vejo que estás melhor...
- Estou sim, Pedro, obrigada. Mas não precisas de te preocupar, se
como por dois também me canso por dois.
- Tens toda a razão. Preciso de me retirar agora, tenho uma
reunião importante com Sua Majestade, meu pai.
Saiu, dirigindo um repentino e cúmplice olhar a Inês. Todavia, a
pequena flor manteve o seu papel e ajudou D. Constança a dirigir-se ao seu
banho.
Com D. Constança pronta para o seu habitual almoço com a Rainha,
Inês dirigiu-se aos jardins do castelo. Atravessou o roseiral e chegou à borda
do pinhal real. Lá encontrou D. Pedro.
Sem comentários:
Enviar um comentário