Muito bom! Parabéns aos alunos, à professora...
A minha avó já entrou dentro de um vulcão
Está na hora de vos contar uma experiência que a minha avó quis
viver aos sessenta e sete anos de idade! Ela é mesmo aventureira! Esta
experiência foi inesquecível para ela e empolgante para mim, se bem que
assustadora! Na verdade, não é todos os dias que uma avó entra num vulcão, muito
menos quando na altura em que ela era estudante, não se tinha muitos
conhecimentos sobre vulcanismo como temos hoje em dia.
Esta
aventura da minha avó não se tornou trágica porque ela foi cautelosa ao
procurar alguém que possuísse conhecimentos sobre o vulcão que ia explorar.
Mais do que isto, a minha avó não entrou dentro do vulcão sem a minha opinião!
Sim, eu sou uma menina, que adora Ciências e que devora toda a informação
relacionada com vulcões!
A minha querida avó viveu esta aventura numa ilha açoriana que
corresponde à ilha onde se situa a montanha mais alta de Portugal – a ilha do
Pico.
- Estou Lara? És tu? Estou a ouvir-te muito mal!
- Sim, sou eu! Será da cera do teu ouvido ou será de pouca rede?
- Isso agora não
interessa! Vou informar-te de algo muito importante! Estou prestes a entrar
dentro de um vulcão. Só quero saber a tua opinião.
- Que boa avó! Avó, o
que me estás a dizer é que vais viver, de certeza, uma aventura fantástica e
inesquecível! Não te esqueças de estar com muita atenção a todas as explicações
que forem dadas, e até fotografares todos os recantos maravilhosos que vais
encontrar! Estou muito orgulhosa de ti. Quem me dera estar aí contigo!
- Querida Lara, também
te queria aqui comigo! Mas, na próxima visita que fizeres aos Açores viverei
esta experiência contigo!
- Avó, diverte-te!
Desejo-te uma excelente aventura! Eu vou para a aula de Ciências, beijinhos!
Mentalizada que ia
iniciar a sua viagem, a avó Carmo juntou-se ao grupo e ao guia que os ia
acompanhar, um pouco ansiosa, mas muito animada e expectante.
Vestidos
com um fato especial para suportar as temperaturas e pressões elevadas (que
rica toilette, esperemos que isto não vire moda!), os elementos do grupo
entraram numa nave vulcânica, toda ela de um material transparente. Com os motores
a funcionar, num ápice, foram lançados para uma chaminé secundária que os levou
até à chaminé principal.
- Yupi! Vou iniciar a minha aventura! Que cor fantástica! Que
vermelho estonteante e que velocidade louca! – comentou a avó, com um sorriso de
orelha a orelha.
Aqui fizeram uma
paragem para verificarem se havia corrente de magma ascendente. E havia!
Máquinas fotográficas preparadas foi só disparar, tirando fotografias e
selfies.
- Caros amigos,
estamos a sete quilómetros de profundidade, e acabamos de observar a ascensão
de uma substância que só existe no interior da Terra, e que corresponde à rocha
fundida devido às altas temperaturas. É o magma! Esta substância deslocou-se a
grande velocidade, uma vez que é fluida! Se esta substância atingir a
superfície e originar uma erupção vulcânica ela será do tipo efusivo. Não
haverá explosões nem a formação de nuvens ardentes. A lava que se formar dará
origem a mantos e rios de lava. Desculpem, amigos, temos de continuar a nossa
viagem, o tempo urge! – informou o entusiasmado guia.
Descendo mais uns
quilómetros encontraram um equipamento estranhíssimo, que permitia saber se
podiam ou não entrar na câmara magmática. Na verdade, este aparelho – o famoso
magmómetro – que mede a quantidade de magma neste reservatório – dava sinal
vermelho.
- Amigos temos de
abandonar o mais depressa possível este local. O magmómetro indica que existe
muito magma nesta câmara! Tirem as fotografias que entenderem, o mais rápido
possível, e voltem a colocar os cintos – comunicou o guia.
O magmómetro foi um
aparelho inventado em 2018, por Louis Ferreira, usando a mais alta tecnologia
existente. Este inventor português é um conceituado vulcanólogo que aspira
percorrer todos os vulcões do mundo e levar consigo a sua invenção - o
magmómetro - para partilhar com todos os vulcanólogos. Com todos prontos para mais uma viagem, agora pela chaminé vulcânica
principal percorrendo alguns quilómetros, a avó admirada comenta ao chegar à
superfície…
- Que rocha é esta tão negra e tão bem definida? Parece que
andaram com uma régua a medir e com uma picareta a esculpi-la!
O guia que os
acompanhava não tardou em retorquir: - Pois é, mas nada disto é feito pelo
Homem! O que estamos agora a ver, já na superfície, é o basalto sob a forma de
prismas basálticos! Belíssimo, não é?
Em coro ouviu-se:
-Uau! Que fantástico, que bela escultura da natureza!
Por alguns minutos não
se ouviu um “piu”. Estavam todos boquiabertos e a deliciarem-se com a beleza da
paisagem que acabavam de encontrar. Se no interior da Terra era tudo estranho e
escuro, aqui na caldeira seca é tudo tão colorido, luminoso e harmonioso.
- Minhas senhoras e
meus senhores, aqui terminamos a nossa viagem, uma experiência única e
inesquecível de vida, rodeados de uma paisagem fabulosa. Estes solos são
extremamente férteis graças às cinzas que resultaram da atividade vulcânica.
Mais além, podem observar um campo fumarólico que mais não lembra o som do
magma a sair de um vulcão! Despeço-me de todos com um abraço explosivo e um
beijo efusivo. Levarão convosco uma faixa ornamentada com pedaços de basaltos,
pedra-pomes, alguns lapilli e uma bela bomba vulcânica!
Num abraço único entre
todos foi libertado glitter, nada mais, nada menos que cinzas vulcânicas. A avó
sentiu-se uma mulher diferente, afinal tinha realizado um sonho!
-A minha avó já entrou dentro de um vulcão !!!-disse a Lara.
NOTA DOS AUTORES:
Esta história é pura
ficção baseada em alguns factos reais.
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