quinta-feira, 27 de outubro de 2016

As bibliotecas são como aeroportos. São lugares de viagem. Entramos numa biblioteca como quem está a ponto de partir. E nada é pequeno quando tem uma biblioteca. O mundo inteiro pode ser convocado à força dos seus livros.(...)(Valter Hugo Mãe)



      Este ano a RBE (Rede de Bibliotecas Escolares) comemora 20 anos. Outubro é o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares e o passado dia 24 foi o dia da Biblioteca Escolar.

      O tema escolhido deste ano é: "Aprende a Descodificar o teu Mundo".
      Se cá vieres poderás ver estes cartazes na entrada da BE:
















    Para oferecer aos alunos e para comemorar a ocasião, fizemos marcadores de livros que desapareceram num ápice!


















        É com alegria que podemos dizer que os nossos alunos estão a aderir com entusiamo às atividades propostas pela BE e a frequentar o espaço com mais assiduidade, não só para passar o tempo com os jogos de tabuleiro, por exemplo, mas principalmente, para estudar, fazer trabalhos e requisitar livros, não só de leitura obrigatória. Alguns alunos são apenas curiosos e querem ver as novidades e o que está a acontecer de novo!
        Tudo isso dos dá a motivação para continuar a trabalhar e a investir neste espaço e em tudo o que representa.
        Neste seguimento, partilho um artigo de Valter Hugo Mãe sobre bibliotecas que achei muito interessante.




As bibliotecas são como aeroportos. São lugares de viagem. Entramos numa biblioteca como quem  está a ponto de partir. E nada é pequeno quando tem uma biblioteca. O mundo inteiro pode ser convocado à força dos seus livros.
Todas as coisas do mundo podem ser chamadas a comparecer à força das palavras, para existirem diante de nós como matéria da imaginação. As bibliotecas são do tamanho do infinito e sabem toda a maravilha.
Os livros são família direta dos aviões, dos tapetes-voadores ou dos pássaros. Os livros são da família das nuvens e, como elas, sabem tornar-se invisíveis enquanto pairam, como se  entrassem para dentro do próprio ar, a ver o que existe dentro do ar que não se vê.
O leitor entra com o livro para dentro do ar que não se vê.
Com um pequeno sopro, o leitor muda para o outro lado do mundo ou para outro mundo, do avesso da realidade até ao avesso do tempo. Fora de tudo, fora da biblioteca. As bibliotecas não se importam que os leitores se sintam fora das
das bibliotecas.
Os livros são toupeiras, são minhocas, eles são troncos caídos, maduros de uma longevidade inteira, os livros escutam e falam ininterruptamente. São estações do ano, dos anos todos, desde o princípio do mundo e já do fim do mundo. Os livros esticam e tapam furos na cabeça. Eles sabem chover e fazer escuro, casam filhos e coram, choram, imaginam que mais tarde voltam ao início, a serem como crianças. Os livros têm crianças ao dependuro e giram como carrosséis para as ouvir rir. Os livros têm olhos para todos os lados e bisbilhotam o cima e baixo, o esquerda e direita de cada coisa ou coisa nenhuma. Nem pestanejam de tanta curiosidade. Querem ver e contar. Os livros é que contam.
As bibliotecas só aparentemente são casas sossegadas. O sossego das bibliotecas é a ingenuidade dos incautos. Porque elas são como festas ou batalhas contínuas e soam trombetas a cada instante e há sempre quem discuta com fervor o futuro, quem exija o futuro e seja destemido, merecedor da nossa confiança e da nossa fé.
Adianta pouco manter os livros de capas fechadas. Eles têm memória absoluta. Vão saber esperar até que alguém os abra.
Até que alguém se encoraje, esfaime, amadureça, reclame direito de seguir maior viagem. E vão oferecer tudo, uma e outra vez, generosos e abundantes. Os livros oferecem o que são, o que sabem, uma e outra vez, sem refilarem, sem se aborrecerem de encontrar infinitamente pessoas novas. Os livros gostam de pessoas que nunca pegaram neles, porque têm surpresas para elas e divertem-se a surpreender. Os livros divertem-se.
As pessoas que se tornam leitoras ficam logo mais espertas, até andam três centímetros mais altas, que é efeito de um orgulho saudável de estarem a fazer a coisa certa. Ler livros é uma coisa muito certa. As pessoas percebem isso imediatamente. E os livros não têm vertigens. Eles gostam de pessoas baixas e gostam de pessoas que ficam mais altas.
Depois da leitura de muitos livros pode ficar-se com uma inteligência admirável e a cabeça acende como se tivesse uma lâmpada dentro. É muito engraçado. Às vezes, os leitores são tão obstinados com a leitura que nem acendem a luz. Ficam com o livro perto do nariz a correr as linhas muito lentamente para serem capazes de ler. Os leitores mesmo inteligentes aprendem a ler tudo. Leem claramente o humor dos outros, a ansiedade, conseguem ler as tempestades e o silêncio, mesmo que seja um silêncio muito baixinho. Os melhores leitores, um dia, até aprendem a escrever. Aprendem a escrever livros. São como pessoas com palavras por fruto, como as árvores que dão maçãs ou laranjas. Dão palavras que fazem sentido e contam coisas às outras pessoas. Já vi gente a sair de dentro dos livros. Gente atarefada até com mudar o mundo. Saem das palavras e vestem-se à pressa com roupas diversas e vão porta fora a explicar descobertas importantes. Muita gente que vive dentro dos livros tem assuntos importantes para tratar. Precisamos de estar sempre atentos. Às vezes, compete-nos dar despacho. Sim, compete-nos pôr mãos ao trabalho. Mas sem medo. O trabalho que temos pela escola dos livros é normalmente um modo de ficarmos felizes.
Este texto é um abraço especial à biblioteca da escola Frei João, de Vila do Conde, e à biblioteca do Centro Escolar de Barqueiros, concelho de Barcelos. As pessoas que ali leem livros saberão porquê. Não deixa também de ser um abraço a todas as demais bibliotecas e bibliotecários, na esperança de que nada nos convença de que a ignorância ou o fim da fantasia e do sonho são o melhor para nós e para os nossos. Ler é esperar por melhor.


Jornal de Letras, 2013

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

 “OS FANTÁSTICOS LIVROS VOADORES DO SR. MORRIS LESSMORE”







O filme “Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore” foi contemplado com Oscar de melhor curta-metragem de animação em 2012. Willian Joyce e Brandon Oldenburg, ambos americanos, são os diretores do filme e confessam que a obra foi inspirada no ator e diretor Buster Keaton, em algumas cenas do filme “O mágico de Oz”, e também, no furacão Katrina que devastou Nova Orleans em 2005.
            Lessmore está sentado na varanda de sua casa, escrevendo um livro. Quando, de repente um vento muito forte leva-o juntamente com toda a cidade para um lugar extremamente diferente, com uma mulher suspensa no ar por livros voadores. A cena inusitada deixa o homem embaraçado. É então, que um livro voa na direção de Lessmore e o conduz até uma biblioteca repleta de livros com vida.
          O protagonista passa a cuidar desta misteriosa casa e das obras que ela contém. As pessoas que passam por lá são contagiadas pela magia das histórias. Lessmore que encontra um mundo perfeito vai vivendo a emoção e a pureza de seus novos amigos, enquanto termina sua própria biografia.
            O filme relata de forma leve e emocionante a história de pessoas que são apaixonadas por livros, e o poder curativo que essas obras possuem, podendo transformar a vida de seres humanos. Mostrando que de certa forma, tudo fica mais colorido e bonito com as palavras.
          Enquanto assistimos, podemos viajar por outras dimensões, por outro mundo. De sonhos, de fantasias e da mágica presente nessa grande invenção humana. É algo que nos leva para outras realidades e que nos remete a uma reflexão sobre o que é ser leitor. De forma dinâmica é capaz de instigar os mais diferentes públicos.
                                                                                                                             Ana Elizabeth Fornara
Abre o link e vê o filme!
https://www.youtube.com/watch?v=LjkdEvMM5xs

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

"A literatura nunca é vida, nem brota verdadeiramente de uma semente. É sempre um artifício. Mas quero que pareça um texto vivo e vibrante." (Valter Hugo Mãe)

     Homens imprudentemente poéticos chegou à livrarias no passado dia 3 de outubro e é uma homenagem ao Japão, país que povoou o imaginário de Valter Hugo Mãe desde a sua infância.


     Assinalam-se também os 20 anos de vida literária do escritor, entre a poesia, a narrativa, a crónica, o teatro e os livros infanto-juvenis.
     O percurso do escritor de 45 anos, já distinguido com prémios como o José Saramago e o brasileiro PT de Literatura foi celebrado a 2 de outubro na Casa da Música, no Porto e a 8 no Teatro S. Luiz, em Lisboa.





   "Diz-se um escritor português com a cabeça emigrada. E, na verdade, a sua ficção mais recente tem encontrado em outras culturas a semente para continuar a florescer. Depois de um mergulho na cultura islandesa, que resultou em A Desumanização, Valter Hugo Mâe afasta-se ainda mais da portugalidade, aportando quase nos antípodas. Nos últimos anos cumpriu um dos seus sonhos, conhecer o Japão, país que alimentou a fantasia das tardes da sua infância, desde o momento em que, pela televisão, descobriu velhos contos e histórias de contornos radicalmente diferentes do que estava habituado a ouvir. Hoje, como ontem, deixou.-se seduzir pela atração dos opostos que marca a cultura japonesa, cheia de delicadezas e honras, assim como de brutalidade e descontrolo.
    Com essa massa indefinível moldou as personagens de Homens imprudentemente poéticos: o artesão Itaro. o oleiro Saburo, a menina Matsu e a criada Kame, entre outras. Homens e mulheres que, num tempo de gestualidade, lidam com a força da arte, na busca de um sublime que refaça o sentido do quotidiano. Uma obra que demanda a mesma imaterialidade que o escritor, ao fim de 20 anos de percurso literário, quer para si e para a sua obra. O poema, como diz o verso de Luíza Neto Jorge, ensina a cair. A Valter Hugo Mãe a literatura ensinou também a proteger-se de um mundo tantas vezes contraditório e hostil." (retirado de Jornal de Letras)

   A Porto Editora, promotora desta celebração, promete a reedição de algumas das obras de Valter Hugo Mãe.





domingo, 2 de outubro de 2016

"Uma criança, uma professora, uma caneta e um livro podem mudar o mundo." (Malala Yousafzai, 17 anos, Nobel Paz)

No passado dia 21 de setembro comemoramos o Dia Internacional da Paz.

O Tema deste ano foi: "Construindo blocos para a paz!"



Pensamos então na construção de pequenos blocos decorados pelos nossos alunos que foram aparecendo na nossa BE durante este dia tão importante para a humanidade!

A verdade é que os alunos, principalmente dos quintos e sextos anos, aderiram com interesse a esta atividade e no final do dia construímos uma pequena mas simbolicamente "enorme" pirâmide de cubos!




"Um livro pode ser nosso sem nos pertencer. Só um livro lido nos pertence realmente".( Eno T. Wanke )

Estamos de volta!

Este ano letivo de 2016/17 já começou muito trabalhoso mas estamos com muita garra e vontade de iniciar novas leituras e fazer parte de novas atividades!




Este é nosso cartaz de Boas Vindas aos nossos alunos e restante Comunidade Educativa!

Vem visitar a Nossa BE!!






quinta-feira, 19 de maio de 2016

Como aceder de forma fácil e em todo o lado à Biblioteca Digital


Este vídeo pretende ser um "manual" passo a passo para configurar o acesso à BE Digital da EBS Dr Vieira de Carvalho.

Na Biblioteca Digital podemos encontrar inúmeras obras de leitura obrigatória, desde o 3º ciclo ao ensino secundário, de que são exemplo: Os Maias; Sermões do Padre António Vieira; Frei Luís de Sousa, Lusíadas, entre outros...

Neste vídeo faz-se a demonstração da instalação do software Bookari.

Há algumas outras opções de software, contudo esta parece a mais consistente em todas as plataformas (iOS e Android).

Outras opções de software:
Aldiko
PocketBook reader
Moon+Reader
FBReader

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Concurso de Flauta de Bisel


Ao som das ondas de Titanic começou hoje o grande Concurso de Flauta de Bisel na BE, no qual participam alunos das mais variadas turmas do 2º ciclo do ensino básico.





Este concurso está a ser apoiado pela Associação de Pais da EBS Dr. Vieira de Carvalho, a qual ofereceu os troféus para os 3 primeiros lugares.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Prémio Literário Manuel Laranjeira

premio_lit_manuel_laranjeiraA Câmara Municipal de Espinho, através da Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva, e em parceria com o Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Laranjeira, apresentou o lançamento da 1ª edição do “Prémio Literário Manuel Laranjeira”.

Este prémio, que será bienal, pretende incentivar, promover e divulgar a criação literária nos géneros de diário, carta ou texto ensaístico, homenageando, assim, o escritor Manuel Laranjeira, uma referência da literatura nacional.
O prémio é destinado a autores com idade igual ou superior a 18 anos, sendo admitidos a concurso exclusivamente textos inéditos, escritos em português e de autoria única.
Ao autor do texto premiado será atribuído um prémio no valor de cinco mil euros, que será entregue numa cerimónia, durante a sessão solene do Dia da Cidade de Espinho, dia 16 de junho do próximo ano.
Os trabalhos a concurso poderão ser entregues até ao dia 22 de fevereiro de 2017, pessoalmente no serviço de atendimento do edifício da Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva, durante o respetivo horário de abertura ou, em alternativa, poderão ser enviadas por correio, registado e com aviso de receção, para o seguinte endereço: Av. 24 – Parque João de Deus, 4500-358 Espinho.

Os livros científicos dos séculos XVI e XVII, ou como a Inquisição "limpou" as bibliotecas

 

inqui.jpgfoto de Daniel Rocha. artigo de Nicolau Ferreira no PÚBLICO.
 
É a primeira sistematização da censura de livros médicos pela Inquisição em Portugal - um dos casos expurgados foi o de uma freira que se dizia ter engravidado no banho. Está também em marcha um inventário dos livros de ciência nas bibliotecas dessa altura. O lugar deste objecto na cultura científica nacional começa a ser desvendado
 
O "lápis" da censura nos séculos XVI e XVII era a tinta ferrogálica. Se estivesse muito concentrada, a tinta utilizada na expurgação de uma obra podia queimar o papel. Se fosse em menor quantidade, as palavras censuradas voltavam a ser legíveis. De qualquer forma, esta vertente da Inquisição afectava a leitura das obras, dando-lhes uma conotação insidiosa de pecado e culpa. A literatura técnica e científica em Portugal não escapou a este controlo, como os livros de Amato Lusitano, médico judeu português que fugiu da Península Ibérica.
 
"Qualquer expurgação perturba a confiança na leitura de livros de ciência - um acto que passa pelo desejo de querer saber mais", defende Hervé Baudry, do Centro de História da Cultura da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. O efeito que a censura teve no desenvolvimento científico e cultural do país é ainda difícil de contabilizar, diz o historiador francês, orador num workshop sobre as bibliotecas e livros científicos dos séculos XV a XVIII na Biblioteca Nacional, em Lisboa. Mas Hervé Baudry está apenas no início de um projecto de investigação sobre aquilo a que chama de "biblioteca limpa", ou seja, a expurgação de livros dos séculos XVI e XVII.
 
 
O francês analisou a censura em 105 exemplares de cinco obras de medicina, que estão em bibliotecas do país, e sistematizou a forma como decorreu a censura da Inquisição, um trabalho inédito em Portugal. As obras analisadas eram de quatro autores: os portugueses Amato Lusitano e Gonçalo Cabreira, cirurgião contemporâneo de Lusitano, e dos espanhóis Andrés Laguna, médico humanista que se dedicava especialmente à farmacologia e botânica, e Oliva Sabuco, filósofa e médica.
 
"Essa censura foi eficaz, sistemática, tinha um lado rotineiro", explica. Os responsáveis pela expurgação não se viam como "donos" dos livros que "limpavam", seguiam uma lista de passagens proibidas.
 
Assim, nos textos médicos apareciam riscadas datas judaicas, casos médicos sobre sexualidade na Igreja ou dizeres que acompanhavam receitas medicinais tradicionais. "A censura é a resposta técnica, formal [da Inquisição] ao crescimento enorme do livro como veículo da heterodoxia", salienta Hervé Baudry.
 
Na segunda metade do século XV foram impressos na Europa entre 15 a 20 milhões de livros. No século seguinte, este valor multiplicou-se por 10. Apesar de os autos-de-fé serem os rituais mais conhecidos da Inquisição, e o seu lado mais sangrento, em que "hereges", desde judeus a sodomitas, eram mortos na fogueira, a censura livresca era intensa.
 
Havia listas de livros de autores proibidos, mas também havia o Índex Expurgatório, onde passagens de muitos outros livros deviam ser cortadas. Entre elas estavam as obras de Amato Lusitano, Sete Centúrias de Curas Medicinais e Matéria Médica de Dioscórides; de Gonçalo Cabreira, Tesouro de Pobres; outra de Andrés Laguna, Pedacio Dioscorides; e a quinta de Oliva Sabuco, Nueva Filosofia de La Naturaleza del Hombre. "Nas bibliotecas, quando estas obras foram publicadas e lidas cá nos séculos XVI e XVII, foram todas controladas. Quem lia sabia que estava a entrar em terreno minado", diz o investigador, considerando que um dos efeitos era um clima de medo psicológico na sociedade.
 
O impacto que a expurgação teve na cultura científica portuguesa é difícil de avaliar. É preciso ver livro a livro. A obra Sete Centúrias de Curas Medicinais, onde o famoso médico português relatou casos de medicina, é o exemplo de um livro bastante censurado.
 
Amato Lusitano era judeu, estudou em Espanha e teve de fugir da Península Ibérica para manter a sua fé. Nas Centúrias, as datas hebraicas foram cortadas. Há casos médicos sobre sexualidade descritos por Amato Lusitano que são censurados só por estarem associados à Igreja, explica Hervé Baudry. Um exemplo de uma passagem totalmente expurgada listada no Índex dizia respeito a uma freira grávida. "Uma freira, daquelas que vivem em religião longe da multidão, sentia-se mal, dizendo que alguma coisa se mexia na barriga dela. (...) Na realidade, esta mulher engravidara de sémen viril depois de ter ficado no banho", lê-se no original.
 
Noutro caso, que Hervé Baudry diz não estar nas listas oficias de expurgação, é censurado o comentário de Lusitano sobre a gravidez entre duas mulheres. Mas a narrativa do caso em si não está riscada: "Duas mulheres turcas vizinhas, em virtude de muitos actos de coito, íncubos e súcubos, contaminavam-se e poluíam-se. Uma era viúva e a outra tinha marido. (...) Neste trabalho do coito e abraços, o útero da viúva súcuba sorveu (...) não só o sémen da mulher íncuba, mais ainda algum sémen viril deixado antes no útero dela. Em virtude deste sémen ficou prenhe."
 
Os efeitos directos na discussão científica da época deste tipo de censura não são certos. Os livros que Hervé Baudry estudou só diziam respeito a casos médicos, mas o historiador argumenta que é impossível a censura não alterar a sociedade, principalmente ao durar séculos, mas é necessário estudar as obras de outras disciplinas, como a Física, a História Natural ou o Direito, para ter uma visão global.
 
Há, por outro lado, textos que não foram tocados. É o caso da obra emblemática De revolutionibus orbium coelestium, de Nicolau Copérnico, onde o astrónomo polaco expõe, em 1543, a teoria heliocêntrica (na época, a Igreja defendia que era o Sol que girava à volta da Terra).
 
Os exemplares desta obra em Portugal e na Europa, diz o historiador de ciência Henrique Leitão, não apresentam actos de censura. "As obras que eram muito pouco consultadas, por serem muito técnicas e só estarem acessíveis aos especialistas, muitas vezes não apresentam as expurgações exigidas", infere o investigador, do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) de Lisboa e um dos organizadores do workshop.
 
O inventário dos inventários
 
Sabe-se muito pouco sobre a cultura científica portuguesa dos últimos 500 anos, por que é que a sua produção foi escassa e sem nomes proeminentes, com excepções como a do matemático Pedro Nunes. A análise do lugar do livro científico permitirá compreender essa situação. "O livro tem um papel absolutamente central no estabelecimento da cultura científica. Não só acumula como transmite informação. Serve como ponto de junção de pessoas, catalisa fenómenos sociais", explica Henrique Leitão.
 
Na conferência, o investigador falou do livro científico em Portugal, partindo de um "paradoxo": a obsessão historiográfica em tentar compreender as causas do falhanço de Portugal em alcançar a modernidade, ao mesmo tempo que neste esforço a história da ciência é ignorada, uma falha que o investigador tenta colmatar. "Não há nenhuma noção de modernidade que não passe pela ciência. Acho estranho que os historiadores andem em torno da questão da modernidade e depois não liguem à ciência. ?? um paradoxo da historiografia portuguesa."
 
Henrique Leitão e Luana Giurgevich, investigadora italiana também do CIUHCT, estão a finalizar a primeira etapa do levantamento de todos os livros nas bibliotecas portuguesas desde o século XVI até 1834, quando foram extintas as ordens religiosas masculinas. Estas bibliotecas, cujos catálogos foram um instrumento-chave de pesquisa, pertenciam principalmente a mosteiros e conventos. Nalgumas, os catálogos foram feitos por vontade própria, a maioria foi uma exigência do Marquês de Pombal. Quase todos os livros estão perdidos, mas saber o que existia em cada sítio pode ajudar a revelar os círculos da cultura científica portuguesa e pode ajudar a perceber por que é que a modernização falhou.
 
"Nas colecções da Biblioteca Nacional, reparámos que os exemplares tinham marcas de posse de antigos conventos", diz-nos Luana Giurgevich. Foi assim que nasceu esta ideia de fazer "um inventário dos inventários" destas colecções, até agora inexistente, para "saber os hábitos de leitura" e ver "que tipo de ciência está associada a que tipo de ordem".
 
Ainda preliminares, os resultados (que serão publicados pela Biblioteca Nacional) indicam que haveria, nas 200 bibliotecas alvo da pesquisa, centenas de milhares de livros entre os séculos XVI e XVIII. A biblioteca do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, com cerca de 16.000 volumes, era das mais recheadas.
 
Os livros científicos podiam chegar entre 8 a 10% de algumas colecções. Noutras eram praticamente ausentes. Mas este trabalho mostrou que a maioria dos livros de ciência do século XVI existia em Portugal. O seu uso é desconhecido.
 
"Temos de fazer a radiografia dos grandes coleccionadores de livros científicos", diz por sua vez Henrique Leitão, recém-eleito membro efectivo da Academia Internacional de História das Ciências. "Até agora, o trabalho [na história de ciência] foi a análise de texto. Mas é muito interessante estudar as práticas de leitura. Quem eram os coleccionadores de livros? Quem os lia? Como é que os arranjava? Tem de se passar dos textos para as instituições e para prática a nível social."
 
Naquela altura, surgiram grandes pensadores, gente que revolucionou a ciência como Isaac Newton. Ao contrário de Portugal, é conhecida a cultura científica da Real Sociedade de Londres na altura, quando Newton publicou o seu Principia em 1687, onde enunciou as três leis da mecânica clássica.
 
"Na Real Sociedade de Londres, um grupo de cavalheiros reunia-se para fazer experiências", conta ao PÚBLICO outro orador no workshop, o britânico Adrian Johns, da Universidade de Chicago, nos EUA. "Era a primeira vez que um grupo de pessoas se intitulava filósofas experimentais e utilizava consistentemente a filosofia para chegar a uma prática experimental", diz o historiador de ciência.
 
Esses cavalheiros alimentavam as suas experiências científicas com leituras e discussão constantes. Em reuniões debatiam as leituras, os resultados das experiências e propunham novos procedimentos experimentais. "Estes protocolos de leitura não eram naturais, tinham de ser aprendidos e deram origem a uma investigação científica contínua", diz o britânico. Do pouco que se conhece, o cenário seria muito diferente por cá. "Não vemos verdadeiras discussões científicas", diz Henrique Leitão. "Rapidamente se tornavam em picardias pessoais e o conteúdo científico perdia-se."
 
Para o historiador português, este problema passa pela "fragilidade das instituições científicas", em que uma educação de má qualidade tem um efeito "devastador" na ciência e na modernidade: "Há um conjunto complexo de questões que tem de ser estudado aos poucos. Vamos tentar perceber este problema secular. Não pode ser uma razão conjectural, vemo-lo hoje, as performances das universidades portuguesas são uma vergonha, excepto honrosas excepções."
 
 Ligação relacionada:

sexta-feira, 22 de abril de 2016

O 25 de Abril e os livros

Para que nunca te esqueças de abril….


Eis a proposta de José Jorge Letria: 




“ (…) O que é importante que eu te diga, antes de te contar o que era Portugal antes do 25 de abril de 1974, é que esse foi um dia de festa de grande festa e de grande esperança, que trouxe para as ruas e para as praças, em todo o país , gente de todas as idades (…) os militares estavam na rua em nome da paz e não da guerra em nome da liberdade e não da falta dela, em nome da compreensão e do diálogo e não em nome do silêncio e do ódio. (…)

In “O 25 de Abril contado às crianças… e aos outros

terça-feira, 15 de março de 2016

Os adolescentes portugueses têm um problema com a escola. E tem piorado

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por Andreia Sanches, jornal Público.
Os adolescentes portugueses sentem-se mais apoiados pela família. Queixam-se menos de dores de cabeça, de estômago, de dificuldades em dormir. São dos que mais tomam o pequeno-almoço todos os dias, o que, é sabido, é bastante saudável. Têm consumos de álcool ligeiramente abaixo da média observada noutros países. E fumar vai sendo menos frequente. O novo grande estudo internacional sobre a adolescência, da Organização Mundial de Saúde (OMS), faria respirar de alívio milhares de pais em Portugal se ficássemos por aqui. Mas não é o caso. Primeira má notícia: os adolescentes portugueses são dos que gostam menos da escola, em 42 países e regiões analisados. E piorou bastante nos últimos anos.
"Quando em Portugal perguntamos do que é que gostam na escola, as aulas aparecem em último lugar. Pior que as aulas, só mesmo a comida da cantina. E isto tem sido recorrente, somos sempre dos piores no gosto pela escola e na percepção de sucesso escolar. Não há nenhuma razão demográfica ou geográfica que eu conheça que explique tal, e o atraso provocado pelo obscurantismo de antes do 25 Abril (sendo uma incontestável verdade) já devia, por esta altura, estar ultrapassado.” Quem o diz é Margarida Gaspar de Matos, a investigadora que em Portugal coordena este estudo da OMS desde que, em 1998, o país começou a participar. (...)

Ler mais >>

quinta-feira, 10 de março de 2016

Maggy, a fada!...


 O conto apresenta a personagem Joana, uma menina detentora de uma curiosidade extraordinária no que respeita às histórias contadas pela avó. A curiosidade e a fantasia acabam por se fundir e Joana conhece a filha mais nova da Grande Fada dos Sonhos que a transporta para o mundo da personagem da última história contada pela avó e pela qual Joana se interessara ...

O livro foi apresentado na biblioteca da EBS pela mão da autora (Lídia Machado dos Santos) e da ilustradora (Anabela Vila Nova) no dia 8 de Março.

Encontra-se disponível para compra na BE, dispondo a BE de um exemplar no seu acervo.

Custo do livro: 12,90

Notas sobre a autora:

Lídia Machado dos Santos é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, Ensino de Português e Inglês e Português, História e Ciências Sociais. Atualmente é docente na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança.

Estreou-se na escrita com o livro Filhos do (In)Fortúnio editado em 2014.

Maggy, a fada!... é o seu primeiro conto infanto-juvenil.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Conto Árabe: divisão de camelos...

 Um homem, que tinha 17 camelos e 3 filhos, morreu.


Quando o testamento foi aberto, dizia que metade dos camelos ficaria para o filho mais velho, um terço para o segundo e um nono para o terceiro.

O que fazer? Eram dezassete camelos; como dar metade ao mais velho? Um dos animais deveria ser cortado ao meio?

Tal não iria resolver, porque um terço deveria ser dado ao segundo filho. E a nona parte ao terceiro. É claro que os filhos correram em busca do homem mais erudito da cidade, o estudioso, o matemático. Ele raciocinou muito e não conseguiu encontrar a solução. Matemática é matemática.

Então alguém sugeriu: "É melhor procurarem alguém que saiba de camelos não de matemática". Procuraram assim o Sheik, homem bastante idoso e inculto, mas com muito saber de experiência feito. Contaram-lhe o problema.

O velho riu e disse: "É muito simples, não se preocupem".

Emprestou um dos seus camelos - eram agora 18 - e depois fez a divisão. Nove foram dados ao primeiro filho, que ficou satisfeito. Ao segundo coube a terça parte - seis camelos e ao terceiro filho, foram dados dois camelos - a nona parte. Sobrou um camelo: o que foi emprestado.

O velho pegou seu camelo de volta e disse: "Agora podem ir".

Esta história foi contada no livro "Palavras de fogo", de Rajneesh e serve para ilustrar a diferença entre a sabedoria e a erudição. Ele conclui dizendo: "A sabedoria é prática, o que não acontece com a erudição. A cultura é abstracta, a sabedoria é terrena; a erudição são palavras e a sabedoria é experiência."

quinta-feira, 3 de março de 2016

Deveríamos estudar cinema nas escolas

Deveríamos estudar cinema nas escolas


Infelizmente, a maioria das pessoas acredita que o cinema é apenas um passatempo, um entretenimento. Porém, o cinema apresenta funções múltiplas. O cinema disseca e esfola a realidade externa e interna. E muito terá a ganhar quem tiver olhos para ver, ouvidos para ouvir, coração para sentir e cabeça para pensar.
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Cena de Os sonhadores, de Bertolucci. Os sonhadores são cinéfilos.
 
Deveríamos estudar cinema nas escolas como estudamos filosofia, ciências humanas e artes. Não me refiro ao estudo técnico, com o intuito de formar diretores, roteiristas, fotógrafos ou produtores. Ensinar a criar um argumento, fazer um story-board, redigir e decupar um roteiro, conhecer os variados movimentos de câmera e orientar os atores são competências que devem ser ensinadas em faculdades, cursos técnicos e livres especializados na área.
Me refiro ao estudo teórico e intelectual. Me refiro ao entendimento do cinema como uma disciplina de entremeio, isto é, uma disciplina que engloba mais de uma área. Cinema é arte, comunicação e tecnologia ao mesmo tempo. Para o filósofo argentino, professor da Universidade de Brasília, Julio Cabrera cinema é filosofia. Para ele, cinema e filosofia deveriam ser estudados por todas as pessoas por se tratarem de importantes formas de se fazer pensar. Cabrera vai além. Ele diz que o cinema faz pensar afetivamente.
Infelizmente, a maioria das pessoas acredita que o cinema é apenas um passatempo, um entretenimento. Muitos filmes servem apenas para divertir mesmo e não há problema algum nisso. Quem não gosta de ver um filme para rir, se emocionar ou sentir medo?
Porém, o cinema apresenta funções múltiplas. O cinema diverte, leva a catarses, informa, educa, conscientiza, suscita reflexões, divulga conhecimento e estimula o autoconhecimento. Por meio do cinema aprende-se sobre culturas variadas, depara-se com temas tabus, repensa-se valores, desconstrói- se e reconstrói-se conceitos, questiona-se o poder instalado nas macro e microestruturas. O cinema perpassa todos os âmbitos da sociedade e do ser humano, desnudando estruturas injustas de poder instaladas nas esferas privadas e públicas, revelando um mundo que poderia existir, propondo mudanças ou um novo olhar para o mundo existente.
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Catherine Deneuve em A bela da tarde, de Luis Buñuel. O célebre cineasta espanhol revolucionou a gramática cinematográfica para denunciar as instituições e adentrar no mundo das pulsões.
 
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Claudia Cardinale em Fellini 8 e meio. O célebre cineasta italiano brincou magistralmente com os limites entre realidade e fantasia, fazendo um cinema metalinguístico.
 
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Cena do filme Gritos e sussurros, de Ingmar Bergman. O célebre cineasta sueco promoveu uma profunda sondagem psicológica em filmes que combinam temas incisivos com uma estética elaborada.

Diferentemente do que a maioria das pessoas acredita o cinema não é uma arte menor ou menos profunda do que a literatura, por exemplo. Cada arte tem o seu valor e importância. Cada arte tem os seus pontos fortes e apreciar mais ler do que ver filmes ou vice-versa pode ser considerada uma questão de gosto. Podemos encontrar em todas as artes muitos exemplos de obras profundas, medianas ou rasas.
Se a sondagem psicológica é o ponto forte da literatura, o ponto forte da música é despertar rapidamente emoções muito marcantes, podendo até mesmo mudar o estado de espírito de quem a escuta. As artes plásticas também promovem reações instantâneas, sem falar, que podem ser entendidas independente do idioma.
Todas as artes podem interferir na linguagem das outras e a questão da idade não deve ser considerado um requisito para definir uma hierarquia entre as mesmas. A jovem fotografia inspirou o impressionismo e libertou os pintores de retratar a realidade. A literatura interferiu na linguagem do cinema, mas a sétima arte também promoveu mudanças à literatura contemporânea , proporcionando à mesma um olhar mais intimista e fragmentado.
A televisão, mais especificamente a teledramaturgia, é a continuação das novelas de rádio que nasceram dos folhetins. As novelas mesclam elementos narrativos e estéticos do cinema e do teatro.
Se o cinema fosse visto como uma possibilidade de conhecimento e autoconhecimento, como um meio de reavaliar valores, quebrar tabus e preconceitos e reorganizar estruturas de pensamento, ele poderia gerar importantes e grandes transformações individuais e coletivas. Sabe-se que o cinema é capaz de promover profundas mudanças a longo prazo. Outras artes também poder nos fazer refletir e rever valores, como o teatro e a literatura, por exemplo. Mas o cinema envolve uma questão sensorial que extrapola o intelecto e abstrato e atinge os sentidos, promovendo sensações de nojo, piedade, simpatia, aceitação ou rejeição de forma muito visceral.
Se o hábito da leitura é excelente para treinar a concentração e a imaginação, o cinema trabalha um outro tipo de criatividade. Se a literatura parte do abstrato para imagens que formamos em nossa mente, o cinema pega o outro sentido da rodovia. Ele parte da imagem para o abstrato, para os conceitos, para as ideias. Mas se assistimos apenas a filmes para passar o tempo ou que reforçam visões preconceituosas e estereotipadas do mundo, o que poderia ser um antídoto contra a exclusão, o etnocentrismo, a violência torna-se mais um alimento para uma sociedade pautada pelos ideais hedonistas e imediatistas da nossa cultura materialista.
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Cena do filme Clube da luta, de David Fincher. Diferentemente dos valores pregados pela sociedade, no filme ganha quem perde

Filmes como Clube da luta e Um dia de fúria questionam os valores da sociedade de consumo. Filmes como Beleza Americana e Pequena Miss Sunshine, o american way of life. Filmes como Sociedade dos poetas mortos, O sorriso de Mona Lisa e Escritores da liberdade, o papel libertário do professor. Filmes como O inquilino e Cisne negro, a mente de um esquizofrênico. Filmes como Lua de fel e Veludo azul, o sofrimento gerado pelas perversões. Filmes como A bela da tarde e Foi apenas um sonho, o lado B do casamento. Filmes como Gritos e sussurros e O silêncio, as obscuridades familiares. Filmes como Menina bonita, O sopro do coração, Trinta anos esta noite e Perdas e danos ( os quatro de Louis Malle) o lado sensível dos temas tabu. Filmes como O açougueiro e Em suas mãos, o lado humano dos psicopatas. Os exemplos de como um filme pode elucidar temas e mostrar culturas e personalidades é extremamente amplo e complexo.
Em resumo: deveríamos ter um docente que falasse e mostrasse filmes capazes de fazer as crianças e adolescentes pensarem afetivamente, a fim de que se tornassem jovens e adultos mais lúcidos nos sentidos ético, moral, estético e psicológico, sendo mais capacitados para fazer escolhas conscientes e consistentes.


© obvious: http://obviousmag.org/cinema_pensante/2015/06/-deveriamos-estudar-cinema-nas-escolas.html#ixzz41pw8qAe7

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

2º Encontro de Literatura Infanto-Juvenil da Lusofonia



Está a decorrer o 2º Encontro de literatura infanto-juvenil da lusofonia - Fundação O Século.
Este encontro está a ser transmitido em direto via canal youtube da Fundação O Século


aqui:
https://www.youtube.com/channel/UCmLW3cd_nP_n3HmQ763LISQ


Todos os trabalhos ficarão disponíveis para visionamento posterior.



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Parlamento dos Jovens

 Ontem, no âmbito da primeira fase do programa Parlamento dos Jovens, esteve presente, na BE da EBS Dr. Vieira de Carvalho, a Srª deputada Emília Santos, a qual apresentou o programa, bem como, de uma forma sucinta, explanou as diversas vertentes do trabalho que se desenvolve na Assembleia da República e os diversos papeis/poderes deste órgão de soberania.


APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA PARLAMENTO DOS JOVENS

O programa Parlamento dos Jovens, aprovado pela Resolução n.º 42/2006, de 2 de junho, é uma iniciativa da Assembleia da República, dirigida aos jovens dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, de escolas do ensino público, privado e cooperativo do Continente, das Regiões Autónomas e dos círculos da Europa e de Fora da Europa.
O programa culmina com a realização anual de duas Sessões Nacionais na Assembleia da República:
 Uma Sessão destinada aos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico;
 Uma Sessão destinada aos alunos do ensino secundário.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016