segunda-feira, 10 de outubro de 2016

"A literatura nunca é vida, nem brota verdadeiramente de uma semente. É sempre um artifício. Mas quero que pareça um texto vivo e vibrante." (Valter Hugo Mãe)

     Homens imprudentemente poéticos chegou à livrarias no passado dia 3 de outubro e é uma homenagem ao Japão, país que povoou o imaginário de Valter Hugo Mãe desde a sua infância.


     Assinalam-se também os 20 anos de vida literária do escritor, entre a poesia, a narrativa, a crónica, o teatro e os livros infanto-juvenis.
     O percurso do escritor de 45 anos, já distinguido com prémios como o José Saramago e o brasileiro PT de Literatura foi celebrado a 2 de outubro na Casa da Música, no Porto e a 8 no Teatro S. Luiz, em Lisboa.





   "Diz-se um escritor português com a cabeça emigrada. E, na verdade, a sua ficção mais recente tem encontrado em outras culturas a semente para continuar a florescer. Depois de um mergulho na cultura islandesa, que resultou em A Desumanização, Valter Hugo Mâe afasta-se ainda mais da portugalidade, aportando quase nos antípodas. Nos últimos anos cumpriu um dos seus sonhos, conhecer o Japão, país que alimentou a fantasia das tardes da sua infância, desde o momento em que, pela televisão, descobriu velhos contos e histórias de contornos radicalmente diferentes do que estava habituado a ouvir. Hoje, como ontem, deixou.-se seduzir pela atração dos opostos que marca a cultura japonesa, cheia de delicadezas e honras, assim como de brutalidade e descontrolo.
    Com essa massa indefinível moldou as personagens de Homens imprudentemente poéticos: o artesão Itaro. o oleiro Saburo, a menina Matsu e a criada Kame, entre outras. Homens e mulheres que, num tempo de gestualidade, lidam com a força da arte, na busca de um sublime que refaça o sentido do quotidiano. Uma obra que demanda a mesma imaterialidade que o escritor, ao fim de 20 anos de percurso literário, quer para si e para a sua obra. O poema, como diz o verso de Luíza Neto Jorge, ensina a cair. A Valter Hugo Mãe a literatura ensinou também a proteger-se de um mundo tantas vezes contraditório e hostil." (retirado de Jornal de Letras)

   A Porto Editora, promotora desta celebração, promete a reedição de algumas das obras de Valter Hugo Mãe.





Sem comentários:

Enviar um comentário